sexta-feira, 15 de junho de 2007

Fotos do Morro da Mesa, cartão postal maior de Poxoréu!





Monumento divino nestas terras encravado
Impávido vigia, eterno guardião
Dos diamantes, riqueza deste chão
Que repousam em seu leito sagrado

Morro da Mesa, feroz soldado
Na guerra contra o tempo inclemente
Em pose heróica ao sol refulgente
Testemunhas nossas dores sempre calado

De pedras feitos alma e coração
Insensível às humanas limitações
Embelezas tu nosso horizonte

Vês, silente, as nossas traições
E delas não te ressentes, velho monte
Desde as mais remotas gerações

quinta-feira, 14 de junho de 2007

PRÓXIMA EXPEDIÇÃO...


Etapa Um:

O RECONHECIMENTO DO LOCAL
Estaremos honrados de receber sua adesão a esse trekking!

Objetivo: chegar perto do morro, por baixo, e reconhecer o caminho de acesso por cima, e ainda localizar os pontos de ancoragem para um futuro rapel

Quem desejar e se dispuser a fazer uma boa caminhada morro acima, pode se inscrever através dos comentários

Da data: já sabemos que será num domingo, resta definir um!



Jean-Louis Van Der Stock

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Para cantar e tocar*



Deus te salve, João Batista Sagrado!
O teu nascimento nos tem alegrado

Salve, São João, Filho de Isabel
A cristo Batizou lá nas margens do Jordão!

Salve, São João, que em mísera prisão
Foi martirizado por uma vil paixão

Salve, São João, que lá encarcerado
Por ordem de Herodes foi logo degolado

Afastai de nós o flagelo. São João do Mundo inteiro
Alcançai-nos vida eterna, Protetor dos Garimpeiros

Poxoréu por ti guardado é desde a fundação
Teu nome é gravado em cada coração



* Partitura elaborada por Edinon "Gigio" Pereira, a partir da audição do modo como o hino é popularmente cantado. Obrigado, irmão!
N.B.: Repete-se, sempre, o segundo verso de cada estrofe.

FESTA DO PADROEIRO SÃO JOÃO BATISTA


Poxoréu é uma cidade de sólidas raízes nordestinas. Aqui, os pioneiros oriundos da Bahia, Ceará, Pernambuco e, em menor número, dos outros Estados do Nordeste Brasileiro, trouxeram uma cultura muito particular.

Assim, a força das tradições está sempre presente em sua culinária típica, no modo como o povo aprecia as festas e reverencia seus santos. Muita gente ainda cultiva a crença nas benzedeiras e rezadores. Sincreticamente, alguns mantêm a religiosidade herdada dos tempos dos escravos e quilombolas, apesar de se confessarem católicos. A população é de maioria católica e as festas religiosas são sempre muito animadas. De modo especial, a Festa de São João Batista foi, é e continuará sendo um evento de tradicional importância para a sociedade. Ao todo, são dez dias de festa (apesar de se chamar “novena”), quando são realizadas várias atividades sócio-culturais e religiosas: leilão, bailes, shows, procissão, alvoradas...
Nos últimos anos, por interferência do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, a Alvorada Festiva (momento em que um grupo sai da Igreja Matriz, que leva o mesmo nome do santo, e percorre algumas ruas da cidade cantando e soltando fogos) acabou sendo suspensa e três professoras aposentadas foram processadas por prepararem um evento que “perturbava a paz pública”. Hoje parece haver um entendimento de que a Festa de São João Batista pertence ao Patrimônio Imaterial de Poxoréu, por fazer parte da cultura de sua gente.
Os organizadores da Festa, sobretudo aqueles que representam os poxorenses que moram em outras cidades, preparam essa volta das Alvoradas, com seus cantos e rojões, sua alegria e o farto café da manhã ao lado da Igreja.


Viva São João Batista!!!

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Terra Vermelha + Água = Lama, principal ingrediente do RALLY DE POXORÉU

Iniciativa do arquiteto belgo-poxoreano Jean-Louis Van der Stock, o rally 100 MILHAS DE POXORÉU converteu-se num evento respeitado pelos jipeiros de todo o Estado, tendo feito parte do calendário de competições da Federação Mato-Grossense de off-road. Uma trilha cheia de desafios, que enfrenta rios e voçorocas, além das áreas degradadas pelo garimpo de diamantes e do sobe-e-desce por entre os morros agrada a quem participa e é um show à parte para quem assiste. Um trecho da competição é urbano, atravessando o ribeirão Areia e subindo uma rampa artificial para que a população possa aplaudir os intrépidos aventureiros. Além de jipes, participam motos e o evento sempre atraiu grande público e competidores renomados, a exemplo do hexa-campeão mato-grossense de off-road, Clóvis Rotili, de Jaciara.
CANTO UFANO POR POXORÉU
Edinaldo Pereira

Deus te salve, minha terra
Adornada de vales e serras
Entrecortada de rios
Sacrossanto berço de homens bravios
Sequiosos das riquezas que encerras
Trabalhadores sem o menor fastio

Deus vos salve, garimpeiros
Que trabalhais os dias inteiros
E hoje ainda mais do que antes
À cata das pedras mais brilhantes
Com que sonharam os pioneiros:
Os inconquistáveis diamantes

Nos monchões e nos matames
Grupiaras e bicames
Nas dragas e lavadores
Mariquinhas e motores
Em prospecções e exames
Labutam esses senhores

Poxoréu de belos horizontes
De belas cascatas e belas fontes
Da gente aguerrida e hospitaleira
Que vive a boa vida à sua maneira
À luz do Sol e à sombra dos montes
No rebuliço das águas de tantas cachoeiras

Poxoréu dos versos dos seus escritores
Das rimas cadenciadas dos trovadores
Das imagens, pintadas em tantas telas
Ou em fotografias, ou aquarelas
Das composições de seus cantores
Das missas celebradas em suas capelas

A fé irrestrita no seu padroeiro
O Profeta-Batista, mártir cristão primeiro
A quem se dedica de forma tradicional
Dez dias de concorrido festejo anual
Com leilões e ditos jocosos dos leiloeiros
Na Praça da Matriz, o consagrado local

Há ainda crença nas preces das benzedeiras
E na alquimia antiga das raizeiras
O carro-de-boi já não range mais
Ícone de antanho que ficou para trás
Nas pragas rogadas pelas macumbeiras
Que (um dia) roubar-se-ia o carro aos animais

Relendo nos alfarrábios históricos
Os discursos laudatórios e retóricos
Gritados na praça com voz retumbante
Por políticos que dos de hoje eram mais elegantes
Em ambientes também bem mais pictóricos
Conclui-se que o agora é a deformidade do antes

Poxoréu do conflito Morbeck-Carvalhinho
Do prefeito primeiro, Coronel Luizinho
Do incêndio em São Pedro, noite de horror
Da ação de Júlio Muller, o sábio interventor
Dos bamburros na Raizinha, Cambaúva e Corguinho
Da Voz Social e Tarquínio, o primeiro locutor

A gafieira festiva na saudosa Rua Bahia
Onde as festas só terminavam com o raiar do dia
Nos cabarés repletos de tantas prostitutas
Ou “primas”, “mulheres da vida” ou, simplesmente, “putas”
Que enchiam o fim de semana de alegria
De quem passou os outros dias em desumana labuta

Cachaça no Bar da Esquina, bilhar no Sinucão
Baile no Diamante Clube, rock e luz lá no Chopão
Nos domingos, futebol no estádio Diamante Verde
Com batucada saudando mais uma bola na rede
Depois do jogo era festa, sempre houve comemoração
Isso nos anos que longe vão: ficaram apenas as paredes

Na saúde, Dr. João, Dr. Nivaldo e Amarílio
Na Rádio Cultura, Benacyr, Edízio e Fraga Filho
Na Política, Sindolfo, Chico Baio e Rochinha
E as mulheres, Irmã Zoé, Dona Mirú e Dona Filinha
Na maçonaria, Moisés, Zezé Coutinho e Teodomiro
No esporte, Protázio, Antônio Calino e Paulo Pina

Atrás dessa lista, escondem-se tantos anônimos
Que de trabalho e dignidade são exemplos e sinônimos
O velho cego que buscava a água da Biquinha
O velho Berto e Tomázia, a professora Lasinha
E tantos outros que a história registra apenas os pseudônimos
Canguçu, Pereirão, Bicanca, Pedro Pinga e Zuzinha

É impossível resumir toda a glória destes sertões
E todas as personagens que pisaram o chão destes rincões
Eis a Minha Terra, estrela há muito caída do céu
Que, por mais queo poeta tente, não cabe toda no papel
Terra que dos filhos faz bater forte os corações
A eterna Capital dos Diamantes, minha Doce Poxoréu!